História
A palavra “perfume” chegou ao português através do francês “parfum”, tomado do italiano “profumo”, derivado do latim “per fumum”, que significa “através do fumo” ou “via fumo”, no sentido de “vapor que se expande”.
No século VIII, os muçulmanos partiram do Norte de África e tomaram o controlo do que é hoje Portugal e Espanha. Conhecida em árabe como al-Andalus, a região juntou-se ao Império Omíada, em expansão, e prosperou sob o domínio muçulmano. Não é de estranhar que as influências árabes tenham feito parte da cultura portuguesa e da identidade do povo.
No século IX, o químico árabe Alquindi (Alquindo) escreveu um livro sobre perfumes chamado “O Livro dos Perfumes e da Química Destilada”. Continha centenas de receitas de óleos de fragrância, bálsamos, águas aromáticas e substitutos ou imitações de medicamentos caros. O livro descrevia também 107 métodos e receitas de perfumaria, incluindo alguns dos instrumentos utilizados na produção de perfumes que ainda têm nomes árabes, como “alambique”.
O médico e químico persa Avicena (também conhecido como Ibn Sina) introduziu o processo de extração de óleos de flores através da destilação, que ainda hoje é o processo mais utilizado. As suas primeiras experiências foram com rosas.
Antes de descobrirem os perfumes líquidos feitos a partir de uma mistura de óleos e ervas ou pétalas esmagadas, resultando numa mistura forte. A água de rosas era mais delicada e rapidamente se tornou popular. Tanto os ingredientes experimentais como a tecnologia de destilação influenciaram a perfumaria ocidental e os desenvolvimentos científicos, especialmente na química.
Embora o perfume fizesse parte das maravilhas secretas em Portugal, foi a partir de Espanha que foi introduzido em toda a Europa durante o Renascimento.
Foi em França, a partir do século XIV, que o cultivo de flores e a indústria da perfumaria conheceram um desenvolvimento significativo, permanecendo desde então o centro europeu de investigação e comércio de perfumes.
Um Novo Capítulo
Durante o século XV, a perfumaria portuguesa floresceu, especialmente em Lisboa, onde os perfumes eram produzidos a partir de ingredientes exóticos trazidos pelos exploradores portugueses das suas viagens pelo mundo. A indústria da perfumaria continuou a crescer nos séculos seguintes, com várias casas de perfumes famosas, como a Ach. Brito e Claus Porto tornam-se conhecidos pelos seus produtos de alta qualidade.
Atualmente, Portugal continua a ser um centro de produção de perfumes, com várias casas de fragrâncias de nicho, como a Next Memory, a Comporta Perfumes, a Confiança, a Benamor e a Castelbel. Estes perfumistas inspiram-se no rico património cultural e nas deslumbrantes paisagens naturais de Portugal, criando aromas únicos e cativantes que captam a essência deste belo país.